.........A vida em linha...........

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Múltiple



Me vejo múltiple.
Quando quero ser uma coisa,
 não posso deixa de ser eu mesma...
E quando desejo simplesmente ser quem sou,
me torno quem desejaria me tornar.
Minhas múltiplas manchas se misturam...
A imagem é embaçada...
Como se não passasse de uma miopia besta...
Já esperada.
Quando me olho através do espelho sou só um corpo...
Mas quando o reflexo da janela me invade...
Sou parte da poesia.
Quantos eu sou?
Até quantos posso ficar?
A aparente luz que irradia deixa claro que seu eu for...
Meu reflexo não permanecerá

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Morte de Alfazema


Lento na manhã, os cheiros a exalar nos Jardins e campos...
Seus lindos nomes mesmo secos exalam perfume...
Da mais bela dama de qualquer noite ou dia...
Estás em meus sonhos e desejos...
Presos ao cheiro de diversas lembranças..
Dos mais tristes anos de minha história...
Ervas e flores...
As Alfazemas de diversas eras...
Dos principais admiradores de Campânulas....
Na primavera enchem campos de divindades...
Fecham os olhos para se lembrar...
Nem gélida perde seu lugar...
A mais perfeita.
Na despedida deste ultimo néctar...
De um mel paladar...
Curando as dores de uma vida estafante...
Sorrindo se vai pelos ventos a carregar...
Leveza abundante...
Mesmo em morte é Alfazema.




sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sem Significado



É preto, tudo breu...
O escuro me consome...
Só um ponto azul no meio de um nada...
Começa sozinho, com uma fagulha como o fogo...
Não se perde mesmo que esteja em desvantagem...
Não diminui...
As coisas em volta clareiam, e você passa ver os livros...
O chão...
O objeto que um dia lhe pertenceu...
Não é preciso que se imagine...
Você não tem obrigação de sentir nem entender...
Você só observa atenta o ponto estático não ser mais o único no espaço...
Imagina se tudo estivera ali o tempo todo...
E você quem sofrera pela cegueira...
Ou o ambiante era seu ponto cego...
Analisando o ponto você descobre que ele não significa nada...
Sem significado desejado é posto de lado...
E as histórias deixam de ser...
O que o ponto poderia significar?
A luz se apaga...
E você não notou que não era essa a questão...
Quando o simples passa a ser mais que o ideal...
É essencial.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Bella



No inverno, quando a chuva é puro gelo e as árvores já não podem dar fruto... eu lembro que preferiria sofrer todas as dores para não perder o único calor que me aquece, seu corpo. Tento manter o foco em um outro desejo, me lembrar que talvez eu nunca possa sentar nas pedras e contemplar a única obra de arte da qual eu realmente teria vontade, andar de mãos dadas em Manhattan as quatro da tarde de um domingo, vendo as luzes se ascenderem sobre as cores da cidade, ver você dançar seria como voltar ao doce sabor de uma infância ou como ver o ar contido levantar voo segundo seu destino. Gostaria de passar por você ao menos uma vez por dia, sentir o folego de seu doce encanto perpassar por entre minha pele, não sabendo mais a diferença entre fim e começo. Estar com você é como folear as folhas de um livro novo, sentindo o cheiro formado pelas antigas paginas brancas, agora repleta de tinta. É atravessar uma ponte correndo enquanto um farol ilumina o ambiente, é dividir um refrigerante com o seu melhor amigo ou roubar um beijo no banco de uma praça... seu sorriso é como desvendar um segredo e descobri que ele nunca deixará de existir e nele eu serei sempre seu, minha bela.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Escape



As vezes não é fácil abrir mão daquilo que queremos, dos sonhos que estavam presentes em nossas noites desde a infância, da vontade de um desconhecido que nem mesmo temos certeza se gostamos. O tempo muitas vezes nos obriga a mudar, deixar o que um dia desejamos em um canto de um guarda-roupas antigo para dar lugar ao que nunca havia passado por nossas mentes. O fato, é que o que tomou o lugar poderia ser a nossa primeira opção se antes de tudo tivesse sido a primeira ideia, mas a sensação de impotência por ter que desistir de algo que achávamos ser bom, nos frustará e nos fará ter desculpas de nossos futuros desacertos, mais acertados que o primeiro, sem que sequer saibamos o motivo.
Talvez não seja a ultima desistência. Talvez seja a primeira de muitas, e cada uma delas te lembrará do que não foi. No final só restará duas escolhas :  Conforma-se ou aprender a fazer das segundas, sua única alternativa, ou então uma inevitável desilusão.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Possíveis Acasos



Quando eu for a Roma...
Quando eu visitar todas as paisagens do mundo...
E tiver dançado tudo que existe...
Quando eu me apaixonar o suficiente...
Quando eu tiver tido um cachorro chamado Dom...
Quando eu abrir mão de uma enorme conta bancária...
Quando eu tiver experimentado um açúcar amargo...
Quando os celulares forem do tamanho de um botão...
E o por do sol for todo rosa...
Quando as horas puderem parar no tempo...
Quando eu terminar de escrever um livro...
Quando a minha cabeça não girar de loucura...
E os meus dedos tremerem de nervoso...
Quando eu sentir calor ao invés de frio...
E meus olhos não conseguirem enxergar mais ninguém...
Quando o beijo for maior que a vontade...
E eu te disser que meu mundo não é esse...
Quando o abraço disser pouca coisa...
E a hora do chá acabar ás onze da noite...
Quando me levantar for preciso...
Quando você estender a mão e não soltar...
Quando eu acordar de madrugada....
Ou perder o sono cinco vezes seguidas...
Quando eu esquecer de tudo...
E os olhos esquecerem o que é enxergar...
Quando o que é nossa amizade deixar ser ...
E quando nada disso for o suficiente para que eu fique longe...
Então meu amor terá vencido...
E eu terei entregue os pontos pela ultima vez.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Recortes


Por reforços...
Por ajuda...
A trazer a gente aqui. 
Até certo ponto lembrou, vi estrelas...
Em uma busca de 1º de maio....
Que não se descarta... esse encontro.
O recorte eu guardei...
Selando o que por um dia...
Não deixará de ser meu... isso eu sei.

sábado, 9 de março de 2013

Free


Sentia-me só, sol perdendo brilho
Chuva não podendo mais cair
Tocar minha pele
Até aquela canção, eu pude estar viva outra vez
Partes de você finalmente abriram meu peito
Penetrando em mim novamente
Gritando meu nome
Gotas conectaram minha alma
Só por uma chance eu pude olhar para baixo ao invés de estar por lá
O que eu sinto está em mim, em algum lugar
Reflectindo minha alma, escorrendo por minhas veias
mantendo-me viva até que esteja aqui
Até que eu abra a porta
Até que respire em mim.